quarta-feira, 6 de abril de 2011

PREPOTÊNCIA RELIGIOSA: CEGA

João 9, 1-41


Aquele homem cego ao lavar-se no siloé (prefiguração do mergulho no batismo em Cristo), não tinha conhecimento da sua condição humana. O objetivo de Jesus nesse episodio é “realizar a obra daquele que [o] enviou” (v.4). O cego passa por um grande tribunal por ter enxergado a luz, ele nem sabia quem o curou. Jesus se apresenta  ao curado como  luz e o cego o segue. Entretanto, os seus parentes e vizinhos não o conhecem mais, ele estava enxergando e não era mais mendigo. Criou-se um tumulto e o homem foi levado ao tribunal. Aquele acontecimento foi oportuno para Jesus identificar os atos de sua misericórdia:

- manifestação da obra de Deus (V. 3);

- trabalhar durante o dia enquanto há luz, porque Ele é a luz do mundo (V. 4);

- Ele é a piscina de Siloé, o enviado do Pai (v 7;36-39); (Is,8,6-10).

Naquele acontecimento da cura no dia de sábado, Jesus apavora os fariseus, eles ficaram espantados porque tinham motivos, pois o homem era cego mesmo! Esta verdade foi confirmada pelos familiares do curado. O homem cego de nascença sofreu um interrogatório insistente por parte dos chefes religiosos, todo este desconforto fez o curado ficar mais convicto do poder de Jesus. Ele compreendeu que Jesus estava com Deus, e disse: “isto é de admirar! Vocês não sabem de onde ele é. No entanto, Ele abriu meus olhos. Sabemos que Deus não ouve os pecadores, mas ouve aquele que o respeita e faz a sua vontade. Nunca se ouviu falar que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. Se esse homem não vem de Deus, não poderia fazer nada” (v. 30-33).

Dessa forma, o homem curado enfrenta os fariseus e o medo de seus familiares. O curado testifica Jesus e o reconhece como alguém que vem de Deus. Este ato de coragem fez com que os lideres religiosos banissem o homem do culto em sua sinagoga, porém o homem reconhece a luz verdadeira (Jo. 1,9-14). Este encontro sela a imagem profética do Messias, João relata essa manifestação do poder de Deus que está no meio de nós.
Os Rabinos daquela época ensinavam que até uma criança no ventre materno poderia atrair a ira de Deus. Jesus contradiz a esses ensinamentos, quando os seus discípulos lhe perguntam frente ao cego de nascimento: “Senhor, quem foi que pecou? [...] Foi ele ou seus pais?”. Jesus responde: “Não foi ele que pecou, nem seus pais [...]” (v. 2-3). A cegueira é a humilhação humana e a submissão que levam as pessoas a acreditarem que são imperfeitas. Tais doutrinas do medo levam as pessoas a acreditarem que Deus nos castiga.

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