terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Pessoa Humana: Imagem de Deus



“Deus disse: façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra. Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus Ele os criou: homem e mulher Ele os criou” (Gen 1, 26-27).
Desde sempre, a Igreja aprendeu que para saber o que é o homem se deve partir do que Deus diz sobre ele. Contamos com tudo o que a razão, através das múltiplas ciências vai descobrindo, mas o sentido último, esse, só o Criador pode dar.

No relato da Criação, quando nos é dito que tudo vem de Deus e nos é indicado, pelo menos em parte importante, o que Deus quer de cada criatura, encontramos uma base para falar do homem e da mulher, do que cada um é e da relação entre eles. Contudo, a Igreja também acredita que tudo o que o homem é só se torna claro no homem Jesus de Nazaré. “Ele é a Imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a Criatura” (Col 1, 15).

Como diz o Concílio Vaticano II, numa frase que o actual Papa não cessa de repetir: “Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. Adão, o primeiro homem, era efectivamente figura do futuro, isto é, de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime” (GS 22).

O método cristão é o de ler o relato do livro do Génesis através da fé em Jesus. Assim, podemos retirar três grandes afirmações:

a)         O homem foi criado na sequência de toda a natureza, mas para a dominar, com a capacidade de conhecer e de querer, donde se conclui que, embora verdadeiro membro da realidade física, ele é-lhe superior, como indica o facto de Adão dar o nome aos animais;

b)         Criada à imagem e semelhança de Deus, a pessoa humana tem com Deus uma relação especial. Uma relação de tal maneira única que podemos dizer que o homem é um ser essencialmente diferente das outras criaturas.

c)      A criação do homem não está completa na criação do indivíduo. Só na criação da mulher, outro mas do mesmo nível, igualmente indivíduo acima dos animais e com uma relação especial com Deus, com quem pode haver uma verdadeira comunhão, se pode considerar a criação completa. (É indicação inequívoca disto mesmo quanto é dito no segundo capítulo do Livro do Génesis: “não é bom que o homem esteja só! (...) agora sim esta é verdadeiramente carne da minha carne e osso dos meus ossos”) [4].

Isto significa, antes de mais, que o homem não se compreende a si mesmo se não se entender como criatura dependente de Deus, embora distinta das outras criaturas. Por outras palavras, embora cada indivíduo humano seja uma criatura física, parte integrante do mundo material, não é a partir de um modelo terreno, mas divino que o homem se compreende. É, por isso, impossível reduzir o homem ao “mundo”, para usar uma expressão do Papa João Paulo II [5], e é redutor tratar do homem como simples animal racional.

Para refletir  as primeiras lições:
Você conhece seu corpo, seu funcionamento e transformações? Justifique.
O que você entende por sexo no contexto de ética e moral cristã? Justifique.

SEXO E IGREJA: CAPÍTULO SEGUNDO

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